La siesta, revelação do interior da morada de uma família aristocrática e retrato feminino, é uma obra emblemática da pintura cubana do século XIX. Seu interesse pela vida domestica é precoce e não retorna senão nos pincéis dos pintores da vanguarda no século seguinte.
O costume ibérico de uma soneca preguiçosa depois do almoço (La siesta) é a ocasião escolhida pelo artista para retratar esta dama cuja identidade não se conservou. A arquitetura é pouco explorada pelo artista, funcionando apenas como marco da cena para dar as dimensões do espaço e a confirmação da classe social da retratada. A obra dialoga com o espetador em três tempos: espaço interior doméstico, representação do ócio feminino e espaço exterior (paisagem marinha).
O conjunto de elementos e sua disposição na cena sugerem um momento de intimidade inspirados numa experiência vivenciada pelo pintor, a transparência dos tecidos que vestem a figura a delicadeza de seus traços com o minimo de elementos dão a ideia de uma relação afetiva com seu modelo.
(Continua)
Monica Villares Ferrer, Metre em História da Arte.
14/05/2010.