Localização inventarial: inv. n. 58.132
Nesta obra, Juan de Flandres – artista flamengo já aclimatado à cultura figurativa espanhola, menos afeita à execução detalhista e preciosa – representa Miguel Arcanjo despojado de sua armadura, como uma escultura vestida, bem à maneira das esculturas vestidas de gosto ibérico.
Por outro lado, ele lança mão de um recurso tipicamente flamengo: a multiplicação dos planos espaciais e dos “lugares” da pintura através da imagem refletida em um espelho, no caso em seu escudo, através do qual tem-se uma fantástica paisagem do inferno (veja imagem detalhe)
A justaposição de S. Francisco e Miguel Arcanjo em uma espécie de díptico é raríssima, senão talvez mesmo um unicum na história da pintura.
(continua no texto que acompanha a imagem do detalhe da obra)