É quando de sua segunda estada na Itália entre 1816 e 1820,
para pintar a villa do conde de Sommariva às margens
do lago de Como, que Jean-Joseph-Xavier Bidauld (1758-1846)
pinta essa pequena paisagem de delicada poesia luminosa e de
uma atmosfera saturada da névoa estival da Lombardia.
Natural de Carpentras e formado em Lyon pelo irmão, Jean-
Pierre-Xavier, Bidauld chega a Paris em 1783, onde recebe o
aconselhamento de Joseph Vernet, Joseph-Siffred Duplessis e
Jean-Honoré Fragonard.
Entre 1785 e 1780, ele realiza sua primeira estada na
Itália, sob os auspícios do cardeal de Bernis e de Dulac,
seu protetor e marchand, período de que se conservam
diversas paisagens da Toscana, da Úmbria e da Campânia. Em
Roma, Bidauld liga-se a um grupo de pintores de paisagem
neo-clássicos, dentre os quais se podem lembrar os nomes de
Nicolas-Antoine Taunay, Louis Gauffier e de seu cunhado,
Guillaume Lethière.
Ao lado de Pierre-Henri de Valenciennes, Bidauld é um dos
maiores pintores de paisagem de sua geração e o primeiro a
ser admitido, como paisagista, na Académie des Beaux-Arts de
Paris, em 1823. Sua importância para a paisagem francesa do
século XIX é imensa. Dele, Corot dizia:
telle de ses petites toiles est un chef-d´oeuvre (…) je
lui dois beaucoup, sinon le meilleur de ma propre
affaire.
“algumas de suas pequenas telas são obras-primas (…),
devo- lhe muito, senão mesmo o melhor de minha própria
arte.”
Luiz Marques
20/08/2011
Bibliografia
1978 – S. Gurwirth, Jean-Joseph-Xavier Bidauld (1758-1846):
Peintures et dessins. Catálogo da exposição. Carpentras,
Musée Duplessis.
s/d – Peintures de Paysages de la Révolution au Second-
Empire. Catálogo da exposição, Paris, Galerie Jacques
Fischer – Chantal Kiener, cat. n. 7