Assinada e datada, 1918
A experiência dos horrores da I Grande Guerra leva inúmeros
soldados ao manicômio ou ao menos a sanatórios para doenças
nervosas, como é o caso, por exemplo, de um artista como
George Grosz, internado em 1917.
Embora não haja notícias de que Conrad Felixmüller (Dresden,
1897-Berlim, 1977) tenha sofrido, ele próprio, como soldado
durante a longa conflagração, a assinatura de seu nome sobre
o que parece ser o verso de um envelope sugere uma relação
pessoal com um soldado vitimado por distúrbios psíquicos em
decorrência da guerra e enclausurado em um espaço
penitenciário.
De qualquer modo, seu interesse pela condição do soldado
reflete uma particular sensibilidade em relação aos aspectos
sociais desta catástrofe, e terá sido decisiva para sua
militância no Partido Comunista Alemão (KPD), fundado
imediatamente após a Guerra e ao qual se inscreve então
igualmente George Grosz.
Entre 1918 e 1922, Gustav Kiepenheuer e Paul Westheim
publicam uma revista trimestral em forma de portfólio
intitulada Die Schaffenden (“Os Criadores”), cada
fascículo contendo dez gravuras assinadas por vários
artistas.
A presente litografia compõe uma das 25 impressões da edição
especial (Vorzugausgabe) desta revista, 1. Jahrgang, Mappe
(primeiro ano, álbum).
Luiz Marques
18/12/2011
Bibliografia
2000 – R. Stanley Johnson, Aspects of Expressionism. Edvard
Munch to Otto Dix. R.S. Johnson Fine Art. Catálogo, Chicago,
p. 44