Registro inventarial: nv. Rot. 5
Em 1908, em sua Storia dell´Arte italiana, Adolfo
Venturi considerava este relevo como um falso do século XIX.
O requinte “pré-rafaelita” dos anjos, do colar da Virgem e
de seu semblante “exótico”, que lhe emprestam o aspecto de
uma Sherazade, ajudam a compreender as reservas do grande
historiador sobre a autenticidade desta que é, contudo, uma
obra-prima de Agostino di Duccio (1418-após 1481), um dos
mais delicados escultores florentinos do Quatrocentos.
O relevo provém com toda a probabilidade do castelo dos
condes de Rignalla (Bagno a Ripoli, Toscana) e foi adquirida
em 1825, juntamente com o castelo onde ainda se encontrava,
por Luigi Piccioli, cujo herdeiro a vendeu a Charles Ottley.
Outrora atribuída a Desiderio da Settignano, a obra foi
provavelmente encomendada a Agostino di Duccio pelos
proprietários originais do castelo, a família Spinelli.
A obra dataria, portanto, do período florentino do artista,
entre 1463 e 1473, e seria contemporânea da mais conhecida
Madona d´Aubervilliers, feita para Pietro de´ Medici il
Gottoso, também hoje no Louvre.
Luiz Marques
01/02/2012
Bibliografia:
1908 – A.Venturi, Storia dell´Arte italiana. VI – La pittura
italiana del Quattrocento, Milão, p. 407
2001 – J. R. Gaborit, in R. Bartoli, A. Donati, E. Gamba, Il
potere, le arti, la guerra. Lo splendore dei Malatesta.
Catálogo da exposição. Rimini. Milão: Electa, p. 326.