O mais importante edifício construído no santuário de
Olímpia, no Peloponeso, é o colossal Templo de Zeus (470-456
a.C.), templo dórico perípteros (6 x 13 colunas), medindo 64
x 27,68 metros, com colunas de 10,43 metros de altura, obra
do arquiteto Libon de Elis. Ele foi construído para
comemorar a vitória sobre Pisa, no Peloponeso.
O conjunto de sua decoração marmórea tem por tema a
diké, a justiça consuetudinária de que Zeus é
garante. O frontão oriental representava a corrida entre os
dois heróis micênicos, Pélops e Oinômao, com Zeus ao centro.
O frontão ocidental representava uma centauromaquia, com
Apolo ao centro.
O pronaos e o opistodomos, respectivamente o pórtico de
entrada e o falso pórtico traseiro constroem-se in
antis, com seis métopes de cada lado, representando os
12 Trabalhos de Hércules, nos quais o herói derrota os
monstros que ameaçam a ordem cósmica.
O templo foi destruído por ordem do Imperador Teodósio II em
426, destruição completada pelos terremotos de 522 e 551. As
primeiras escavações do Templo de Zeus, por iniciativa de
arqueólogos franceses, datam de 1829, prosseguindo por
iniciativa do Instituto Arqueológico Alemão a partir de
1875.
O presente relevo situava-se em uma das métopes da fachada
este (opistodomos) do templo e representa um dos trabalhos
de Hércules, a busca dos pomos do jardim das Hespérides.
No país dos Hiperbóreos, Hércules pede a Atlas, o gigante
que Zeus punira com o encargo de suportar a abóboda celeste
sobre os ombros, para colher os pomos em questão,
oferecendo-se para aliviá-lo do fardo cósmico durante essa
tarefa.
Atlas aceita a incumbência, mas a seu retorno recusa-se a
retomar o fardo e declara que ele entregaria os pomos
pessoalmente a Heristeu. Auxiliado por Atena, sua
indefectível defensora, Hércules usa de um ardil para
recuperar os pomos e devolver o fardo a Atlas.
Luiz Marques
29/12/2011
Bibliografia:
1972 – N. Yalouris, Olympie. L’Altis et le Musée. Atenas:
Éditions d’Art S. Mélétzis, pp. 12-14.
1980 – H.-V. Herrmann, Die Funde aus Olympia. Atenas: Verlag
S. Kasas, pp. 173-179.