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Críticos como Gonzaga Duque e Monteiro Lobato, entre outros, assinalaram outra característica fundamental nas obras de Almeida Júnior: sua definitiva simplicidade. O pintor evita a eloqüência, como também o pitoresco e o narrativo. Não busca em seus quadros nenhuma afetação sentimental ou heróica, e não dispõe seus personagens em grupos, em interações sociais.
Como observa Coli, em obras como “Picando o fumo” o artista articula fundo e figura, “ligando-os ambos para melhor projetar o personagem como imagem forte, mas isolada socialmente. Esse poderoso isolamento propulsou as imagens dos caipiras de Almeida Júnior dentro da cultura brasileira”.
A admiração de Almeida Júnior pela fotografia tem sido apontada em estudos recentes, e pode ser percebida nas escolhas de enquadramento de algumas pinturas que remetem a procedimentos e ângulos escolhidos pelo fotógrafo. Em relação ao álbum de Frond e Ribeyrolles o pintor evocou, além do ambiente rural, também aspectos formais de algumas imagens, como a relação entre os personagens e o jogo de linhas paralelas horizontais e verticais.
Nas fotografias litografadas de Frond há também certo distanciamento, certa neutralidade do fotógrafo que retrata personagens que trabalham em grupo, mas muitas vezes se apresentam absortos em seus pensamentos – o que talvez seja resultado também do tempo de exposição solicitado pela técnica fotográfica.
(continua no texto que acompanha a imagem 4)