Sobre as fontes textuais antigas de Márcio Pórcio Catão (95-46 a.C.), morto suicida em Útica, ver os comentários a seu retrato no Museu de Rabat* e as representações modernas de seu suicídio desde o afresco de Beccafumi* em 1519-1520 no Palácio Casini-Casuccini de Siena.
Após as encomendas pela Restauração (1815-1830) de arquiteturas (igrejas de Notre-Dame-de-Lorette, Sant-Vincent-de-Paul, etc.), esculturas e pinturas de cunho religioso, a Monarquia de Julho (1830-1848), sem renunciar àquelas, amplia seu mecenato e encomenada numerosas esculturas monumentais com temas de cunho histórico (relevos do frontão do Panthéon por David d´Angers, 1830-1837), no âmbito de um programa de reedificação nacional no qual o monarca se fará passar por fiador das novas liberdades constitucionais. Neste contexto, não supreende que Louis-Philippe encomende em 1832 a Jean-Baptiste Roman este Catão, para a corte do Louvre. Inacabada quando da morte de Roman em 1835, a escultura é terminada por seu amigo, François Rude ( Dijon, 1784 – Paris, 1855).
Cancelada toda a ação, Catão é representado como uma estátua fúnebre, uma espécie de pleurant da liberdade assassinada, emblema do homem de Estado-filósofo que se mira no exemplo de Sócrates, tema do diálogo Fedon de Platão, que ele segura em sua mão,
Luiz Marques
13/02/2010