Registro inventarial: inv. n. 168
A assim chamada Cruz de Gisulfo é um exemplo consumado da
artesania dos ateliês longobardos ativos no norte da Itália
no século VII.
Ela foi encontrada casualmente em 1874 em uma tumba sob a
praça Paolo Diacono, em Cividale del Friuli (perto de
Udine). Uma inscrição em que se lê “CISVL” em uma das faces
do sarcófago de mármore suscitou a hipótese de que se
tratasse da tumba de Gisulfo I, duque de Friuli de 569 a 581
circa. Mas a inscrição foi considerada sucessivamente um
falso do século XIX.
Como usual neste gênero de cruz longobarda, esta cruz
funerária formada por finas folhas de ouro apresenta os
braços de tamanho aproximadamente iguais, incrustrados com
pedras semi-preciosas – dois lapislázulis triangulares e
duas águas-marinhas quadrangulares e convexas – e traz oito
imagens de um mesmo rosto, considerado no mais das vezes
reiterações de uma peculiar Imago Christi, imberbe e
com bastos cabelos longos e divididos ao meio, sem relação
com as imagens de matriz médio-orientais e bizantinas.
Luiz Marques
23/10/2011
Bibliografia
2008 – I. Ahumada Silva, “La cosidetta tomba di Gisulfo”, in
J.-J. Aillagon (coord.), Roma e i barbari. Catálogo da
exposição, Veneza, Palazzo Grassi, p. 458