Oriundo de uma numerosa família de mineiros, Wilhelm
Lehmbruck (1881 -1919) forma-se em Düsseldorf entre 1895 e
1899 e vive em Paris entre 1910 e 1914, nutrido pela
escultura de Auguste Rodin e de Aristide Maillol, e
em contato com artistas como André Derain, Constantin
Brancusi, Amedeo Modigliani, Alexander Archipenko e Henri
Matisse.
A eclosão da I Grande Guerra interrompe uma carreira de
escultor que se confirmara com uma exposição exclusiva, em
1914, na Galerie Levesque.
Na Alemanha, Lehmbruck torna-se, ao lado de Ernst Barlach,
Max Beckmann e Ludwig Kirchner um prócer da Secession de
Berlim, ao mesmo tempo em que consegue evitar o front
servindo a partir de 1915 em um hospital militar naquela
cidade. Em 1916, Lehmbruck é dispensado por causa de surdez,
prelúdio de uma depressão que deságua no suicídio em 1919.
“O Caído” (Der Gestürzte) é possivelmente uma
homenagem ao massacre de Langemarck, na Bélgica, onde entre
18 de outubro e 30 de novembro de 1914, morreram 45 mil
soldados voluntários. Há algo de neogótico nestas formas
alongadas e esvaziadas do soldado agonizante que lembram a
morfologia de um inseto, nada tendo do caráter marcial e
comemorativo dos monumentos militares.
Luiz Marques
23/12/2011
Bibliografia
2004 – N. Wolf, Espresionismo. Tradução espanhola.
Colônia: Taschen, p. 64.