“(continuação do texto que acompanha a imagem principal)
Ana Maria Mauad lembra que a mandioca foi um alimento
difundido pelos portugueses na África assim como o milho,
outra planta sul-americana, e incorporou-se à dieta
africana. Dessa forma, costumes alimentares similares
ocorreram nas duas margens do sistema escravista luso-
brasileiro no Atlântico Sul. O preparo da farinha era
resultado de um trabalho em equipe, integrando escravos
jovens e velhos.
O quadro de Brocos, no qual predominam os tons terrosos,
trabalhado em sutis variações cromáticas, nos permite
refletir também acerca da importância da fotografia para a
pintura no Brasil do período.
Ao representar o trabalho nas fazendas de café o pintor
possivelmente evocou as litografias realizadas para o livro
“”Brasil Pitoresco””, de caráter liberal e abolicionista e
destinado a contribuir para a propaganda de imigração no
Brasil.
Maria Antonia Couto
17/08/2011
Bibliografia:
1980 – C. Ribeyrolles; Frond, V. Brasil Pitoresco. Belo
Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, [1859-1861].
1985 – Museu Nacional de Belas Artes. O Museu Nacional de
Belas Artes. São Paulo : Banco Safra
1997 – A. M. Mauad. “”Imagem e auto-imagem do Segundo
Império””. In: L. F. Alencastro (org.). História da vida
privada – Império: A corte e a modernidade nacional. São
Paulo : Companhia das Letras, 1997, pp.181-231, p. 222
2009 – R. Conduru. “”Afro-modenidade: representações de afro-
descendentes e modernização artística no Brasil””. In A.
Cavalcanti; C. Dazzi; A. Valle. (org.). Oitocentos. Arte
Brasileira do Império à Primeira República. 1 ed. Rio de
Janeiro: Escola de Belas Artes UFRJ, pp. 445-452, p. 449.
2011 – M. A. Couto da Silva. Um monumento ao Brasil:
considerações acerca da recepção do livro Brasil Pitoresco,
de Victor Frond e Charles Ribeyrolles (1859-1861). Tese
(Doutorado em História da Arte) – UNICAMP, (Prof. Dra.
Claudia Valladão de Mattos), Campinas, IFCH-UNICAMP.
“