A figura representa Hércules no momento em que se apresta a colher os pomos do Jardim das Hespérides. Trata-se do detalhe do afresco principal de um calidarium, decorado com afrescos de Terceiro estilo inicial, combinado com remanescentes do Segundo estilo, na assim chamada Villa di Poppea.
A vasta e portentosa domus composta por quase 90 ambientes em que se encontra este aposento, conhecida justamente como Villa di Poppea, é um dos muitos edifícios que a aristocracia romana edificou, em geral para fins recreativos, ao longo do litoral da Campânia (hoje mais recuado), especialmente entre Capo Miseno e Sorrento. Já o geógrafo grego Estrabo (58 a.C. – 21/25 d.C.) escreve a propósito que tais residências adensavam-se ao longo deste litoral de modo a criar a impressão de um tecido urbano contínuo.
Oplontis, nome da localidade em que se localiza essa villa, era um aglomerado urbano situado nas imediações de Pompeia e dela dependente administrativamente. Ausente em outras fontes antigas, seu nome surge tão somente na assim chamada Tabula Peutingeriana, cópia medieval de um mapa que remonta à Antiguidade tardia, em posição correspondente à atual cidade de Torre Annunziata.
Que a proprietária desta villa tenha sido a imperatriz Poppaea Augusta Sabina, esposa do futuro imperador Oto (69) e segunda esposa do imperador Nero (53-68), é lábil conjectura, baseada apenas no testemunho de personagens próximos à imperatriz, tais como o liberto Secundus, cujo nome coincide com o de inscrições SECUNDO POPPAEAE, pintadas em uma ânfora e em uma taça ali encontradas.
Luiz Marques
20/04/2011
Bibliografia
2000 – P.G. Guzzo, L. Fergola, Oplontis. La villa di Poppea
Milão: Motta Editore.