Registro inventarial: Cat. 1919, n. 235
Além desta “Homenagem a Pomona”, Jacob Jordaens (1593-1678)
pintou nestes mesmos anos outra alegoria, “Homenagem a
Ceres” (Madri, Prado), ambas consideradas como Alegorias da
Fecundidade, em estreita sintonia com a vida do campo e com
a sensibilidade do artista, particularmente afeita à
sensualidade das personificações da natureza.
Já em 1616, o pintor criara uma primeira versão, muito
diversa, do tema de Pomona, num quadro hoje conservado no
Bass Museum of Art de Miami Beach.
Na obra-prima do Museu de Bruxelas, Pomona, divindade romana
dos jardins e dos frutos, tem a aparência de uma matrona.
Envolta em um manto vermelho, ela recolhe em seu seio os
cachos de uva que as ninfas e outras entidades silvestres
lhe apanham.
Na figura do velho sátiro carregando nos ombros um menino,
reconhece-se um retrato do pintor de Antuérpia, Abraham
Grapheus, de que se conhece a fisionomia graças a diversos
retratos, com destaque para o que Cornelis de Vos (1585-
1651) lhe pinta em 1620, hoje no Museu de Antuérpia.
Há dois desenhos preparatórios para esta composição,
inspirada em Adam Elsheimer, pintor muito apreciado por
Jordaens. Uma no mesmo museu de Bruxelas e outra em
Copenhagen, Statens Museum for Kunst.
Luiz Marques
21/01/2012
Bibliografia
1982 – R. A. d´Hulst, Jacob Jordaens. Paris: Albin Michel,
pp. 106-112.