Localização inventarial: inv. n. 1826
A estátua, privada das mãos e com a ponta do nariz restaurada, foi encontrada em Delos em 1894. Ela representa um jovem atleta vencedor (por vezes considerado o próprio Apolo ou mesmo Alexandre, o Grande) no ato de amarrar os cabelos com uma faixa.
Trata-se de uma cópia grega de finais do século II ou de inícios do século I a.C. de um original em bronze de Policleto dos anos 430-420 a.C.. O suporte em forma de árvore com o himation é uma adjunção da cópia.
O original, célebre na Antiguidade, é mencionado por Plínio
XXXIV, 55):
“Policleto fez o Diadoumenos, figura efeminada de jovem (molliter iuvenem) (…) e assim também o Doriforo, figura de jovem já mais viril (viriliter puerum). Compôs, além disso, o que os artistas chamam o `cânone` (canona), procurando nesse, como em uma lei, as regras da arte, e é considerado o único a ter teorizado a arte com uma obra de arte”
Segundo C. Gasparri:
“Encontrada em uma rica residência de Delos, a estátua de Diadumenos (…) reproduz de maneira muito fiel a célebre criação de Policleto, e representa a primeira cópia intencional de uma obra de século V a. C.. Ela indica o nascimento de uma atividade produtiva, organizada e sistemática, apta a satisfazer uma demanda de bens artísticos de parte da abastada burguesia tardo-helenística. Ao ingressar na esfera do privado, altera-se o significado da escultura: não mais obra de arte de per se, mas elemento decorativo subordinado ao mobiliário e à arquitetura residencial. De seu emprego estão ausentes motivações ideológicas ou políticas, restando apenas a intenção de evocar célebres obras-primas do passado, de tornar manifesta a pertinência do proprietário a um bem preciso horizonte cultural”.
Bibliografia
2002 – N. Kaltsas, Sculpture in the National Archaelogical Museum, Athens. Los Angeles, p. 200
2008 – C. Gasparri, “O clássico copiado”, in L. Marques (org.), A Fábrica do Antigo, Campinas, Ed. da Unicamp, pp. 27-40.