Registro inventarial: inv. 355
Esta obra é uma cópia de qualidade do quadro de Rafael (1483-1520) no Galleria Nazionale d´Arte Antica Palazzo Barberini, apresentando diferenças sutis no tratamento da folhagem de mirto ao fundo, que aqui aparece mais densa.
Sobre a identificação da retratada e sobre certas peculiaridades iconográficas que sublinham a temática amorosa da obra, ver o texto que acompanha a imagem do original.
A atribuição mais tradicional é feita a Giulio Romano (1499?-1546), confirmada pelos inventários posteriores da Galleria Borghese de 1855 a 1888. Já Adolfo Venturi [1893] enxerga o feitio dessa cópia pleno da “faticosa diligenza”, típica de Sassoferrato, numa atribuição reforçada por Cantalamessa [1916].
Em 1928, Roberto Longhi restitui a cópia a Giulio Romano, dizendo que a obra:
eccellente è senza fallo cinquecentesca; per la quale anzi la vecchia attribuzione a Giulio Romano ci pare molto più accosta al vero.
excelente, é sem dúvida do século XVI; para ela, a velha atribuição a Giulio Romano parece-nos muito mais próxima da verdade”.
Uma atribuição mais recente, contudo, é feita a Raffaellino del Colle (1490-1566), outro aluno de Rafael, com datação de dez anos posterior à do original, isto é, por volta de 1530.
Segundo Mochi-Onori [1984: 62], a pintura não é mencionada nos inventários dos quadros Borghese do séc. XVIII, mas aparece na coleção em 1826. É notada por Missirini em 1829 e citada por Longhena em sua tradução de Quatremère de Quincy. Para a autora, é possível que a obra já fosse de propriedade Borghese, mas assumida em coincidência com o grande interesse que suscita a figura da Fornarina no séc. XIX, ou mesmo uma eventual aquisição dessa cópia poderia ser vista nesse contexto.
Essa versão da Fornarina tem muitas variantes, uma delas está hoje no Museu Puskin de Moscou e pertenceu à princesa Olimpia Aldobrandini.
Letícia Andrade
24/01/2011
Bibliografia:
1828 – M. Missirini. Notizie intorno alla Fornarina sul vero ritratto della stessa dipinto da Raffaello, e congetture intorno alla verità di quelli della casa Barberini in Roma e della galleria di Firenze. Milão
1828 – A.-C. Quatremère de Quincy. Istoria della vita e delle opere di Raffaello Sanzio da Urbino, trad. de Baldassarre Longhena. Milão
1841 – A. Nibby. Roma nell´ anno di 1838, parte II moderna, p. 601. Roma, p. 601
1870 – X. Barbier de Montault. Les musées et galeries de Rome. Roma, p. 350, n. 65
1881 – F.-A. Gruyer,