Localização inventarial: Campana 786, cat. n. K 300
O mito de Jasão e Medeia pertence ao ciclo dos Argonautas. Seu principal modelo é a tragédia Medeia de Eurípedes, mas Apolônio de Rodes dedica-lhe em meados do século III a.C. um longo poema, intitulado Argonautas, traduzido em 1852 pelo poeta português José Maria da Costa e Silva.
De volta da Cólquida, onde fora conquistar o Velo de Ouro, Jasão, que trouxera consigo Medeia, instala-se em Corinto. Nesta cidade vive 10 anos com Medeia, que lhe dá dois filhos. Mas Jasão abandona-a ao se apaixonar por Glaucia, a filha de Creonte, rei de Corinto. A vingança de Medeia é tremenda: mata os dois filhos, além de Glaucia com um vestido que se incendeia, incêndio que vitima o próprio Jasão.
A composição representa o momento em que Medeia golpeia com uma espada um de seus filhos, o qual tenta ainda se desvencilhar. Ela remete provavelmente ao verso do grito final do filho, ecoado pelo coro, na tragédia i>Medeia de Eurípedes (vv. 1271 e seg.):
Criança: O que posso fazer, como escapar das mãos de minha mãe?
Coro: Oh, desgraçada! És de pedra ou ferro para desejares matar seus filhos com suas próprias mãos?
Trata-se do lado A de uma ânfora com figuras vermelhas campaniana, da região de Cápua, pintada pelo Pintor de Ixion, cujo catálogo é relativamente abundante.
Luiz Marques
19/05/2010