O Monumento a Duque de Caxias foi a segunda obra de grande vulto realizada pelo escultor Rodolfo Bernardelli na cidade do Rio de Janeiro. Foi inaugurado em 15 de agosto de 1899, no antigo Largo do Machado.
Luís Alves de Lima e Silva foi um importante militar a atuar no século XIX, com destacada carreira, e em 1962 tornou-se o “Patrono do Exército Brasileiro”, por decreto federal. Devido a sua atuação durante a Guerra do Paraguai ele recebeu o título de Duque, o único dado a um brasileiro pelo imperador D. Pedro II.
O Monumento realizado por Bernardelli segue a tipologia já apresentada no anterior, em homenagem ao General Osório. A estátua eqüestre encontra-se em cima de um pedestal em pedra, retangular, que conta com dois baixos-relevos relativos a passagens da carreira militar do Duque de Caxias. O monumento em sua localização original era cercado por um gradil de ferro, que trazia o nome CAXIAS, escrito de diversas formas e também desenhos de coroas ducais.
Bernardelli assim descreve a proposta para a figura de Caxias:
Compõe-se da estátua do Duque em grande uniforme tendo na direita o binóculo apoiado e apoiado sobre a perna (…) que simboliza o general em chefe, a espada pousa sobre o coldre, a posição indica observação o cavalo está parado sem ser em descanso.
Para Rodrigo Octavio, o escultor realmente quis contrapor dois diferentes tipos de militar, representando na estátua de Caxias “um general de etiqueta”. Dessa forma, enquanto Osório é um “guerrilheiro audaz, que se lançava na luta, Caxias era o Chefe disciplinado que, na calma e gravidade de sua função, de um ponto elevado, observava, comandava e vencia”.
Caxias é representado no monumento como um grande estrategista a atuar de maneira decisiva para a vitória brasileira. É importante notar que ele foi apresentado dessa maneira por Pedro Américo no quadro “Batalha do Avaí” (1872/77) e, a nosso ver, Bernardelli procurou preservar a representação criada pelo pintor e fixada pela tradição. Essa também é a imagem de Caxias presente no discurso proferido por Alberto de Faria, citado por Adriana Souza, que “assumia a tradição monárquica e conservadora de Caxias, afirmando que Bernardelli erguera a imagem de um ´soldado e cidadão´ partidário da ´ordem, da lealdade e do dever cívico”.
(continua no texto que acompanha a Imagem 2)