A imagem, reproduzida aqui apenas parcialmente, mostra o último Evangelista com os braços levantados aos pés da cruz e devia, por conseguinte, fazer parte de um grande grupo com a Crucificação, da qual se conserva na mesma igreja de S. Gall também uma Madalena (171 cm).
Brokof ((1688-1731) é considerado por O.J. Blazicek, como “o mais eminente representante da escultura barroca da Boêmia em seu apogeu” (p. 82).
A escultura mantém fortes e evidentes pontos de contato com o estilo de Aleijadinho*, circunstância facilmente compreensível no âmbito dos intercâmbios entre a cultura boêmia e ibérica nos séculos XVII e XVIII. Estes vínculos, fortalecidos pelo domínio habsbúrgico comum, parecem ser aqueles através dos quais melhor se podem compreender as fontes da cultura e da poética de Aleijadinho. De resto, outro excepcional escultor boêmio, Jan Antonin Quitainer (Praga, 1709-1765), apresenta interfaces notáveis com a cultura escultórica ibérica do período e, por extensão, com a do Brasil.
Luiz Marques
07/02/2010
Bibliografia:
O. J. Blazicek, in J. Kotalik, Le Baroque en Bohême. Catálogo da exposição. Paris, Grand Palais, 1981, p. 84