Index Iconográfico 254.6 – Alexandre e Taís
O tema de Alexandre e Taís, raramente representado em 
pintura, baseia-se em Diodoro Sículo (XVII, 72), Quinto 
Cúrcio (5,7) e  Plutarco, 38. Antes de marchar contra Dario, 
fugitivo, Alexandre ofereceu um festim no palácio de Xerxes, 
em Persépolis, a seus amigos macedônios, para o qual 
acorreram várias cortesãs, a mais famosa das quais, Taís, 
uma ateniense, sabia particularmente agradar o conquistador. 
No calor da embriaguez, ela o persuade a atear fogo no 
palácio dos reis da Pérsia, para vingar Atenas, outrora 
incendiada por Xerxes. Alexandre inicia o incêndio do 
palácio, mas logo se arrepende e manda extingui-lo. 
Este afresco transferido sobre tela, e em mau estado de 
conservação, foi pintado, significativamente, para a parede 
da lareira de um salão do Palazzo Luchini, em Bolonha. Em 
outra parede de lareira, no mesmo palácio e, possivelmente, 
como parte da mesma encomenda de 1592, Annibale Carracci 
pintou uma “Morte de Dido”. 
O tema das relações entre o herói e a mulher, bastante comum 
na pintura do último Quinhentos e do século XVII, pode 
servir de elo de ligação entre ambos os afrescos. Feigenbaum 
chama a atenção para uma carta de Gabriel Chiabrera a 
Bernardo Castello, datada de 3 de dezembro de 1593, na qual 
o poeta genovês sugere ao pintor, como bons temas para 
pintura, quatro episódios da vida de Alexandre o Grande 
relacionados com mulheres, entre os quais este de Alexandre 
e Taís.
Luiz Marques
01/02/2010
Bibliografia
1993 – A. Emiliani (ed.), G. Feigenbaum, Ludovico Carracci. 
Bolonha, 1993, p. 83.

