Sobre as fontes textuais do Suicídio de Catão de Útica, ver os comentários a seu retrato do Museu de Rabat* e ao afresco de Beccafumi em Siena, de 1519-1520.
Le Brun (1619-1660) executou duas versões desta cena, a primeira delas, esta do Musée de Arras, possivelmente ainda em Roma (e não em Lyon). Para Roma, ele rumara em 1642, graças à munificência de seu protetor, Pierre Séguier, chancelier de France, e tendo por guia ninguém menos que Nicolas Poussin (1594-1665). Experiência decerto juvenil esta obra acusa, ao menos no recorte da composição, no cromatismo sombrio e no radical escorço do braço direito, certa adesão ao caravaggismo, tanto, em todo o caso, quanto se possa esperar de um pintor evoluindo na órbita de Poussin e que, em breve, tornar-se-ia “clássico” por antonomásia.
Luiz Marques
12/02/2010
Bibliografia:
1693 – Guillet de Saint-Georges, Mémoires inédits sur la vie et les ouvrages des membres de l´´Académie royale de peinture et de sculpture, 2 volumes, Paris, 1854
1992 – M. Gareau, Charles Le Brun. Premier Peintre du Roi Louis XIV. Paris, Hazan, p. 164

