Para a fonte textual. veja-se Plutarco, “Vida de Antônio”,
85-86. Para a transcrição da passagem em questão, veja-se a
Morte de Cleópatra* de Johannes Liss:
http://www.mare.art.br/detalhe.asp?idobra=1589
Obra tardia de Cagnacci (1601-1663), que retornou diversas
vezes ao tema de Cleópatra a partir de uma abordagem
singularmente sensual. Vale-se ele, aqui, do mesmo recorte
de meia figura em uma cadeira de veludo de alto espaldar
vista em diagonal, tal como na sucessiva versão, expandida
com mais seis figuras, do Kunsthistorisches Museum de
Viena*.
Exemplares, as leituras de Carla Ravaioli [1946] e de
Alessandro Brogi. Citando a primeira estudiosa, Brogi
destaca como a imobilidade da cena, “destituída de ação, de
gesto e oferecida à visão como uma natureza morta, não
encontra paralelo na pintura de seu tempo, antecipando
antes, por alguns aspectos, certo Oitocentos, a academia
romântica de um Hayez, por exemplo, ou até mesmo, como dito
por Ravaioli, o valor puramente pictórico de uma
Baigneuse de Renoir ou de Manet. Mas, como para as
outras obras tardias, é talvez o fecundo contato com a
pintura nórdica conhecida na corte de Viena, se não se trata
de simples e misteriosa coincidência, a explicar o ar
vagamente holandês que parece circular neste interno
luminoso e despojado e a calma meditação sobres aparências
(…) em uma síntese perceptiva digna quase de Vermeer”.
Luiz Marques
03/02/2010
Bibliografia:
1946 – C. Ravaioli, Guido Cagnacci, Tesi di Laurea,
relator Roberto Longhi.
1993 – A. Brogi, in D. Benati, M. Bona Castelloti, Guido
Cagnacci. Catálogo da exposição. Milão, Electa, p. 160