A obra foi pintada durante a estada de Almeida Jr. (1850-1899) em Paris, e exposta em uma primeira exposição individual do artista no Rio de Janeiro em 1882. Almeida Jr. evita o autoretrato e representa o artista como um tipo ideal.
Por esta época, a temática do artista em seu ateliê e de suas relações idílicas com seus modelos ou musas fora já muito explorada pelos artistas do Oitocentos e justamente em 1882, data da exibição da obra no Rio de Janeiro, Léon Fréderic (1856-1940), pintor belga do grupo L´Essor, pinta Interior de ateliê* (Bruxelas, Musée d´Ixelles), autoretrato no ateliê concebido em um espírito ao mesmo tempo paródico e macabro, no qual se inverte a situação: o modelo feminino, representado como a Morte, está vestido e senta-se no colo do artista despido.
Há duas réplicas desta obra-prima de Almeida Jr. em coleção particular (38 x 57 e 100 x 135 cm), a menor delas possivelmente um estudo preparatório.
Luiz Marques
20/01/2010
Bibliografia:
2007 – M. C. França Lourenço, Almeida Júnior. Um criador de imaginários. Catálogo da exposição. São Paulo, Pinacoteca do Estado.