“As Amazonas, povo mítico de mulheres guerreiras, localizado
alternativamente na Trácia, nas encostas do Cáucaso ou na
Anatólia, descendem de Ares (Marte) e da ninfa Harmonia.
Há mais de um contexto narrativo em que se representam seus
combates, denominados Amazonomaquias:
(1) na Ilíada (VI,224), elas são vencidas por Belerofonte;
(2) vence-as também, na Capadócia, Hércules em um de seus
trabalhos, secundado por Teseu, que rapta uma Amazona de
nome Antíope, motivo de outro combate na Ática contra os
atenienses (Plutarco, Vida de Teseu, 27).
(c) seu mais famoso combate – objeto inclusive do famoso
drama de Heinrich von Kleist, de 1809 (tão detestado por
Goethe) -, é o combate em defesa de Príamo, rei de Tróia,
ocasião em que sua rainha, Pentesiléia, é morta por Aquiles.
Segundo Spinola, o relevo deste sarcófago do Museo Pio
Clementino, base de uma espetacular escultura representando
o Tigre (divindade fluvial), representa justamente o combate
às portas de Tróia e sua frequente figuração em sarcófagos
decorre do fato de que o tema converte-se então em uma
alegoria funerária particularmente cara ao militares.
Luiz Marques
13/04/2010
Bibliografia:
1996 – G. Spinola, Il Museo Pio Clementino, Città del
Vaticano, 2 volumes, vol. 1, p. 60.”