Nesse quadro o pintor retratou a família do engenheiro Adolfo Augusto Pinto em sua residência, em um momento de convívio doméstico e lazer.
À esquerda, através da porta aberta, incide a luz que ilumina o ambiente. As crianças estão sentadas mais próximas à mãe, que ensina a filha a costurar. O engenheiro, retratado no auge sua carreira, lê a “Revista de Engenharia”, confortavelmente recostado em uma poltrona.
O menino mais velho folheia um álbum de fotografias, que estão presentes também sobre a estante atrás do sofá. Devemos observar as vestes sóbrias dos retratados e a decoração da residência da família abastada, com um piano, vários tapetes e três quadros na parede.
A obra do pintor ituano nos lembra que no período, em São Paulo, apenas as elites eram alfabetizadas, existiam poucas escolas e a aquisição de livros era difícil. Como nota Ana Luíza Martins, em 1890, no Brasil que tanto buscava o progresso, 80 por cento da população era analfabeta.
No estado de São Paulo a situação era um pouco melhor, devido ao trabalho realizado desde o fim do Império, com a criação de escolas maçônicas e de entidades laicas, de caráter republicano, trabalho esse que prosseguiu coma criação de escolas públicas, “quase uma exigência da República, que se queria dos cidadãos”.
(continua no texto que acompanha a imagem 2)