Nesta foto Frond mostra em primeiro plano alguns galpões, oficinas e alojamentos próximos ao Palácio Imperial da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro, além de uma ala do palácio parcialmente construída.
O edifício principal foi registrado no plano de fundo, diante de algumas montanhas desenhadas com suavidade. É importante notar a qualidade técnica da litografia, trabalhada em muitas nuances para reproduzir com fidelidade a fotografia.
Como nota Lilia Schwarz, a Quinta da Boa Vista foi residência oficial dos monarcas de 1817 até o fim do Império. Do local escolhido, em meio à natureza, era possível ter uma visão privilegiada do Rio de Janeiro: “na direção do Caju, via-se o mar; de outro ângulo, a floresta da Tijuca e ainda o Corcovado”.
O edifício, de estilo entre o neogótico e o neoclássico, passou por várias reformas. Entre 1857 e 1861, Mário Bragaldi realizou a decoração dos aposentos da família imperial.
É interessante observar nessa foto o caminho irregular e estreito que levava ao palácio. Na década de 1870 foram realizadas obras de paisagismo por Auguste Glaziou, que incluiu uma alameda com exuberantes sapucaias alinhadas rigorosamente.
Uma fotografia de Marc Ferrez* datada de 1889 apresenta essa alameda, em um registro mais imponente.
Norbert Elias destacou a importância das residências dos representantes da nobreza e do palácio do rei como fontes para se compreender as sociedades de corte. Como aponta Schwarz, no Brasil os palácios do imperador desdobravam-se, seguindo o padrão português de construir vários paços.
(continua no texto que acompanha a imagem em detalhe)