O relato do banquete oferecido por Cleópatra a Marco Antônio em Tarso, na Cilícia, encontra-se em Plutarco, Vida de Antônio, 26. O primeiro encontro entre o general e a rainha do Egito foi comparado pela população da Cilícia ao de “Afrodite que se juntara à festa de Diôniso para a felicidade da Ásia”.
E Plutarco continua: “Ele a convidou para o jantar, mas ela lhe pediu que fosse ele a ir a ela. Para lhe mostrar sua boa vontade e urbanidade, Antônio acedeu imediatamente. Os preparativos do banquete que ele encontrou ultrapassam toda expressão, mas o que mais o impressionou foi a quantidade imensa de luzes. Havia tantas, dizem, suspensas e brilhando por toda a parte, dispostas em posição vertical ou inclinada e formando figuras quadradas e circulares, que, de todos os espetáculos magníficos a contemplar, poucos há comparáveis àquele”.
Nada se sabe sobre as circunstâncias que motivam este desenho, talvez preparatório para uma decoração, talvez para uma gravura. Embora nascido em Gubbio e ativo também nas Marche, Francesco Allegrini (1624-1679c.) é melhor conhecido por sua participação nos famosos afrescos pintados por Pietro da Cortona no Palácio Pamphilj em Roma, com histórias de Dido e Enéias.
Luiz Marques
01/02/2011
Bibliografia:
F. A. Den Broeder, Old Master Drawings from the Collection of Joseph F. McCrindle. Princeton University, The Art Museum, 1991, p. 110