Irmão mais velho de Artur Timóteo da Costa (1882-1923), João (1879-1932) é discípulo de Rodolfo Amoedo (1857-1941) na Escola Nacional de Belas Artes, mas, contrariamente ao irmão, nunca se candidatou ao prêmio de viagem à Europa e lá só esteve em 1910-1911 na equipe de artistas que decoram o pavilhão brasileiro da Exposição Universal de Turim.
Este retrato é executado portanto no Rio de Janeiro, contando o artista 29 anos e sua caracterização como um elegante, um dandi, com todas as distâncias possíveis do tipo boêmio, é característica das aspirações de ascensão social do artista, tipo muito difundido também na Europa às vésperas da catástrofe da I Grande Guerra.
Retratando-o com uma fisionomia bastante inexpressiva, ainda que de grande dignidade, Amoedo investe na esfera dos atributos externos do personagem, em especial sua indumentária impecável e seus esboços na parede ao fundo, indicativos de sua proficiência nos diversos gêneros da pintura.
Luiz Marques
30/04/2010