A pintura foi realizada em 1913, como proposta para um painel monumental que seria realizado para a Câmara Municipal de Salvador, Bahia.
Como nota Clarival Valladares, o artista recebeu a encomenda de um quadro histórico e fez um quadro de costumes. O painel teve certa repercussão na imprensa da época. Para alguns críticos o quadro devia representar um ato de religião, tendo como cenário a Antiga Igreja da Sé (que seria demolida em 1933), recordando o primeiro núcleo de povoação do local.
Com tintas claras e luminosas, que posteriormente não seriam comuns em sua produção, o artista representou uma grande variedade de tipos humanos, como as senhoras que conversam em frente à igreja e a moça vestida de branco que dá uma esmola.
Um crítico do “Jornal Moderno” reclamou que ele pintou uma missa na qual a cerimônia não fora representada, acrescentando que os admiradores do artista gostariam de lembrar a ele “o desavisado do plano e a conveniência de atentar no significado do adjetivo ‘histórico'”.
Os temas da mendicância e da caridade foram retomados vários vezes na obra de Presciliano Silva.
O projeto do mural não foi realizado e o artista iria pintar sua primeira tela monumental somente em 1929, o painel “Entrada do Exército Libertador”*, encomenda da prefeitura de Salvador.
Maria Antonia Couto
10/03/2011
Bibliografia:
1913 – Anônimo. [A Missa na Sé]. Jornal Moderno, Salvador, 7 de novembro.
1973 – C. P. Valladares. Presciliano Silva: um estudo biográfico e crítico. Rio de Janeiro: Fundação Conquista.