A obra provém da coleção de Francisco I e consta no museu como atribuída a Jean Clouet (1485c. – 1540c.).
Jean Clouet nasceu provavelmente na Flandres e é possível que estivesse se estabelecido na França antes ainda de 1515, data da morte de Luís XI, para quem ele possivelmente trabalhou.
Francisco I nomeia-o “painctre et varlet de chambre”, posição de prestígio, equivalente ao sucessivo “peintre du roi”, e que seu filho, François Clouet viria a herdar.
A suntuosidade do retrato, em especial das vestes em seda e ouro, é excepcional. Ela frisa o poder do rei no difícil momento sucessivo à catastrófica derrota da Batalha de Pavia, contra as tropas imperiais, que levará ao aprisionamento do rei e ao pagamento de um enorme resgate.
Sua composição em pirâmide invertida conserva o modelo do retrato de Carlos VII por Jean Fouquet (1450-1453), celebratório de sua reconquista da França contra os ingleses. Jean Clouet conserva também características tipológicas da retratística flamenga, tal como a presença do parapeito sobre o qual pousa a mão do rei.
Há um desenho preparatório deste retrato, conservado em Chantilly, datável de 1525c., considerado por vezes como terminado por François Clouet.
Luiz Marques
03/12/2010