“A litografia foi realizada para ilustrar o livro “”Brasil Pitoresco””, dos franceses Charles Ribeyrolles e Victor Frond, publicado entre 1859 e 1861. As fotografias foram utilizadas como base para as litografias realizadas na Maison Lemercier, em Paris.
Em primeiro plano vemos o arvoredo às margens do rio, que se estende em diagonal, estreitando-se no horizonte. A ponte de cinco arcos se destaca na paisagem, e em frente a ela pode ser avistada a vila, em parte oculta pela vegetação, e uma pequena ilha, situada em meio às águas do rio.
Uma série de montanhas desenhadas com suavidade perdem a nitidez à medida em que se aproximam da linha do horizonte.
A litografia mereceu comentários da imprensa por ocasião da distribuição das ilustrações do álbum, sendo considerada talvez uma das imagens mais pitorescas da coleção.
Charles Ribeyrolles, ao visitar a cidade de Paraíba, comentou sobre a “”excelente ponte de cantaria e ferro que liga as duas margens e vai, ao longe, comunicar as fazendas isoladas””, acrescentando que as primeiras fundações remontavam a 1839, e a obra fora entregue ao público em 1858, pela companhia Mauá.
O livro “”Brasil Pitoresco””, realizado com o apoio do imperador D. Pedro II, e que iria representar o Brasil na Exposição Universal de 1862 em Londres, procurou documentar uma série de obras de engenharia com o objetivo de mostrar um império que estava se modernizando.
Maria Antonia Couto da Silva
23/09/2010
Bibliografia
1980 – C. Ribeyrolles. Brasil Pitoresco. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, p. 250.
2010 – M. A. Couto da Silva. “”Um espírito imparcial e as paisagens mais belas – considerações acerca da repercussão das imagens do álbum Brasil Pitoresco, de Victor Frond e Charles Ribeyrolles””. Campinas, Revista de História da Arte e Arqueologia, n. 13, jan-jul, p. 93-108.
2011 – M. A. Couto da Silva. “”Um monumento ao Brasil: considerações acerca da recepção do livro Brasil Pitoresco, de Victor Frond e Charles Ribeyrolles (1859-1861)””. Tese (Doutorado em História da Arte) – UNICAMP, Campinas.
“