O Monumento ao Prefeito Francisco Pereira Passos (1913 c.) situa-se atualmente na Praça da Igreja da Candelária, na Avenida Presidente Vargas.
Pereira Passos (1836-1913) foi um engenheiro e prefeito do Rio de Janeiro entre 1902 e 1906. Ele foi responsável pela grande reformulação urbana da cidade no começo do século XX.
Para realizar o seu busto, logo após o falecimento do político, o escultor Rodolfo Bernardelli teve como base um outro retrato, feito anteriormente, e por este motivo a escultura perdeu um pouco a naturalidade na representação dos olhos e cabelos:
“tratado de forma realista e com uma boa base de expressividade, transmite-nos a idéia de austeridade e de firmeza de caráter do retratado. A dignidade e a tensão intelectual encontradas na figura de Teixeira de Freitas também se fazem presentes no busto do prefeito, confirmando esta capacidade do escultor. A forte personalidade do retratado está impressa no rosto longo e magro, marcado por um olhar penetrante (…) ressaltado pelas espessas sobrancelhas…”
No monumento, além do retrato em meia-figura do prefeito, desdobrando-se sobre o pedestal, há um grande mapa da cidade, sobre o qual o personagem parece trabalhar, segurando na mão direita uma caneta.
O efeito obtido assim é interessante porque dá a impressão de estátua de corpo inteiro. O personagem, ao ser visto de frente, aparenta estar em frente a um mesa de trabalho, sobre a qual desdobra o mapa. Essa representação permite relacionar a figura do Prefeito, o nosso Barão Haussmann, como era apresentada pelos que o apoiavam, à imagem de “um técnico conceituado”, que exerceu “várias funções públicas compatíveis com sua formação de engenheiro e mantendo-se sempre acima das questões políticas”.
Bibliografia:
1992 – S. G. Pereira. A reforma urbana de Pereira Passos e a construção da identidade carioca. Rio de Janeiro : [s.n.], (UFRJ. dissertação e teses ; 2),p.151.
1996 – S. G. de Weisz. Estatuária e Ideologia: monumentos comemorativos de Rodolpho Bernardelli no Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado em História da Arte) – Escola de Belas Artes, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, pp.152-153.