“A gravura foi concebida como ilustração do livro “”Brasil Pitoresco””, de Charles Ribeyrolles e Victor Frond, publicado entre 1859 e 1861.
Como observa Lygia Segala, em lugar da pose oficial, como cetro, a coroa e o manto, o imperador foi retratado como “”um estudioso nos trópicos””, cercado os últimos lançamentos editoriais e de obras raras.
Procura apresentar-se como monarca esclarecido, de acordo com a ideologia das Luzes. A imagem de D. Pedro II na abertura do Brasil Pitoresco é, ao mesmo tempo, “”efeito de presença e poder de autorização””.
O retrato do imperador sugere uma responsabilidade pública de co-autoria da obra, que se revelou bastante polêmica em sua época.
Para Luciano Migliaccio “”as imagens da família imperial abrem o livro Brésil pittoresque publicado por Charles Ribeyrolles, também com fotografias de Victor Frond, representando um novo momento da divulgação internacional da imagem do Brasil, numa linguagem relacionada a novas técnicas de reprodução da imagem e a um ideal de progresso científico””.
O “”Brasil Pitoresco”” foi a primeira obra de viajantes editada na América Latina com ilustrações obtidas a partir de fotografias.
Maria Antonia Couto da Silva
08/04/2010
Bibliografia:
1980 – C. Ribeyrolles. Brasil Pitoresco. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, volume 1, p. 186 e 282.
1998 – L. Segala. Ensaio das luzes sobre um Brasil Pitoresco: o projeto fotográfico de Victor Frond. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, p. 163.
2006 – L. Migliaccio. “”A iconografia nacional na Coleção Brasiliana””. In Coleção Brasiliana Fundação Estudar. São Paulo: Via Impressa Edições de Arte, p. 66.
2011 – M. A. Couto da Silva. “”Um monumento ao Brasil: considerações acerca da recepção do livro Brasil Pitoresco, de Victor Frond e Charles Ribeyrolles (1859-1861)””. Tese (Doutorado em História da Arte) – UNICAMP, Campinas.
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