Nesse quadro monumental, de três metros de largura, Presciliano Silva representou o episódio relativo ao fim da Guerra de Independência da Bahia, com a entrada do Exército Libertador (ou Pacificador) em Salvador, em 2 de julho de 1823.
A tela foi realizada por encomenda do então prefeito da cidade, Francisco de Souza, para o edifício da Prefeitura.
A obra teve ampla repercussão nos jornais da Bahia e do Rio de Janeiro. Os críticos elogiaram a preocupação do artista com a veracidade, ao procurar reconstituir os trajes e a fachada dos edifícios da época.
A Guerra de Independência da Bahia foi iniciada em 1822, data em que Portugal nomeou o brigadeiro Inácio Luís Madeira de Melo para o comando das tropas, em lugar de nomear um oficial baiano. A nomeação causou a revolta da população, de líderes políticos e de militares baianos, derrotados após três dias de lutas.
Como nota Hendrik Kraay, a gradual articulação de senhores de engenho da região levou à organização do Exército Pacificador, que reuniu soldados que haviam deixado Salvador após a derrota e batalhões organizados pela população, que lutaram contra os portugueses, a favor da emancipação de Portugal.
Após a independência do Brasil, Salvador continuava controlada pelos portugueses. Ao ser aclamado imperador em 1822, D. Pedro enviou tropas em apoio aos soldados na Bahia, sob o comando do oficial francês Pedro Labatut.
O Exército Pacificador contou também com participação de escravos, que lutaram acreditando, provavelmente, na libertação do cativeiro. A revolta constituiu, assim, um novo foco de resistência escrava.
(continua no texto que acompanha a imagem número 2)